pesquisa e prática
das danças brasileiras

17 de setembro de 2005

A vorta do Zé Maria

Olás... reconfiguração do Zé!

Denovo e denovo e denovo!
> jerê
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Seu nome era Zé Maria
No jongo ele morreu
Mas aqui neste coco
Do além o homi' desceu
Pra'cabar com'a tristeza
Da morena que o perdeu

A pobre moreninha
Num parava de chorar
Estava a pobre mulé
Sentada em frente do altar
Bem debaixo do santo
Deixava a língua rezar

"Ai, meu querido Zé...
Que baita enrascada!
Oi, se eu te avisasse
Que'dinheiro num vale nada
Se d'ocê eu cuidasse
Num virava alma penada"

"Oi, tanto choro lembrando
Que fico amargurada
Lá longe o vejo chegando
Todim vestido de branco
Vem c'uma rosa na mão
Vem cá prá secá meu pranto"

E não é que o homem veio
E no quintal foi entrando
Passou reto pela cerca
Ouvindo a ladainha
Enquanto corria gambá,
Coruja, macaco e galinha

E o tal do Zé Maria
Vinha só de camisola
Fugiu toda a bicharada
O tatu virou uma bola
Sumiu ema, sumiu sapo
Voou ganso e voou angola

Quem nesta hora chegou
Foi dando a meia-volta
Pra dentro do galinheiro
Correu toda bicharada
A vaca subiu no poleiro
Correndo desengonçada

Vendo aquela confusão
Maria desistiu da teima
Juntou tudo numa trouxa
Fugiu da casa a morena
Deixou pra trás o amado
Resolveu escrever poema

Encontrou vida nova
Uma seriema comprou
Jogou longe a veste preta
Maria desinviuvou
Pôs bela saia rodada
A vida toda mudou

Numa roda de coco
Encontrou outro Zé
Esse era bom rapaz
Levou Maria prum chalé
Deu a ela a vida toda
Água de coco e cafuné

Mas o pobre num durmia
Tremia da cabeça aos pé
Só de pensar no falecido
Montado num pangaré
Vim buscar em casa
Aquela que foi sua muié

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